quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

UMA CARTA PARA VOCÊ




Pensando na igreja de hoje, ou melhor, nas pessoas que frequentam cultos aos domingos, lembrei-me dos fariseus do tempo de Jesus.Pessoas que vivem uma religiosidade superficial, ainda existem nos nossos dias e infelizmente, elas são maioria. São maioria porque.As igrejas estão lotadas de pessoas, que vãos aos cultos, cumprem seus papéis, suas funções eclesiásticas, porem não existem sinais e prodígios nas suas vidas, nas suas práticas, o que elas vivem é morto, é apenas algo do lado de fora.

Você já deve ter ouvido várias pregações acerca disso, ou lido livros que falam dessas pessoas, que vivem nessa atitude de legalista, disfarçado de cristão, mas mesmo assim, quero convidá-lo, a pensar sobre isso, não para julgá-lo, pois, não quero que pense nas outras pessoas, quero que olhe para você, não adianta enxergar a vida de todo mundo a quilômetros de distância e não ser capaz de se ver na frente do espelho.

Por isso minha preocupação é com você, mas, por favor, deixe em segredo, porque falarei acerca de assuntos particulares, que são áreas da sua vida de cristão muito delicadas, algumas atitudes que precisam ser mudadas, às quais estão enraizadas, e não consegue perceber porque ficou a vida inteira olhando o próximo e olhar não basta.O próximo não é para ser admirado, estudado, analisado, medido, é para ser amado.

Comecei citando o fariseu da época de Jesus, justamente porque você comporta-se como eles, quem olha para você dentro da igreja, pensa que é realmente um cristão, que tudo aquilo que você aparenta ser, toda essa pose de homem ou mulher de Deus, toda essa aeróbica para chamar atenção de Deus, que todas aquelas músicas cantadas com euforia, são realmente verdades vividas por você. Sua vida aparentemente é de se admirar, você não falta um sábado e domingo, vai a todas as reuniões de oração, participa de estudos Bíblicos aos sábados, e ainda estuda em um seminário durante a semana à noite, você é fiel no dízimo, nas ofertas, contribui para missões, você se assenta nos primeiros bancos da igreja, está sempre sorrindo, é uma pessoa que tem uma intimidade grande com o pastor da igreja, todos o conhecem e cumprimentam, mas eu sei quem você é de verdade porque já fiz esse papel de “religioso amigo”.

Quero que você preste atenção a partir de hoje, em algumas coisas, observe seus movimentos, suas atitudes, sua postura dentro de um templo religioso e sua vida paralela fora desse ambiente, notará, que carrega as marcas farisaicas de quem pensa estar fazendo algo para Deus ou a favor do Reino de Deus, mas na verdade está contra Deus.

Ao entrar em um templo para prestar culto a Deus, vá primeiro falar com aqueles irmãos que você não gosta,os quais você diz: “deixe ele lá, ele não entrando no meu caminho, tudo bem”. No entanto é justamente no próximo que devemos mostrar o quanto amamos a Deus, e o próximo não é só o amigo, o conhecido, não é somente aqueles com quem temos afinidade, é todo mundo, se você ama uns e odeia outros, você não ama a Deus, e isto é fato, infelizmente está só fazendo um papel de religioso, que sabe como as coisas são, “só não sabe ser”.

Se você fizer alguns exercícios simples a partir de hoje, muita coisa ou tudo mudará, inclusive sua visão poderá ser recuperada aos poucos.Comece a olhar as pessoas à sua volta, com a intenção de fazer algo para melhorar-lhe a vida, principalmente as que você não gosta ou não conversa, quebre a barreira que você criou, não pense mais “ eu não vou falar com ela eu não fiz nada, se ela quiser minha amizade virá até mim”; olhe para as pessoas e pense em que você pode ser útil na caminhada delas, olhe a dificuldade e tente ajudá-las, faça isso também com os ministérios da igreja que você participa, em vez de reclamar e sempre ir contra as decisões tomadas, comece a dar ideias e ajude-os a crescer, ajude como se fosse sua família, “na verdade são” aceite os desafios de fazer coisas novas, faça tudo aos outros e não pensando em si mesmo, não espere que alguém o abrace, ou aperte sua mão, vá em direção às pessoas, abrace, aperte a mão, converse, chore, sorria, faça tudo com intenção de amar, de ser irmão, faça com verdade no coração.Não aceite tudo o que as pessoas falam, não tire conclusões precipitadas a respeito de ninguém, você não conhece o coração, não dê ouvidos às pessoas que falam mal de outros irmãos da igreja, do pastor, dos obreiros, de tudo à sua volta, não ouça o que ela tem a dizer, peça-lhe, cale-se não quero ouvi-la.

Você não é fariseu, como disse no começo, apenas comporta-se como um. Jesus o chamou para ser um pequeno Cristo na terra, e não um pequeno “Caifás”, não bata mais no peito dizendo que não é como os demais irmãos, humilhe-se, lave os pés do seu próximo, seja servo, esse é o maior de todos os cargos e funções que Jesus deixou, Ele foi o exemplo.

Não vou mais adiante, você já sabia de tudo isso, desculpe-me pela repetição e assunto “ultrapassado”, mas olhando para você, pensei em tudo isso, e sua vida pode ser bem mais útil do que você imagina. Jesus deu a vida por ela, se você já se confessou, então, está perdoado, está livre, tem livre acesso ao Pai, não precisa de ler um texto deste para refletir na sua vida, agora você pode ver claramente.

Lembre-se que Deus não olha a aparência, e nem se impressiona com falácia, muito menos aceita barganhas. Deus quer o coração, quebrantado, humilhado, aberto, limpo. Deus quer pessoas que se rendem, que não fazem conta para segui-lo, que não ajuntam bens na terra. Deus quer pessoas que perdem a vida para este mundo para recebê-la glorificada no céu, mesmo que perder signifique morrer, mesmo que perder signifique deixar tudo e nunca mais olhar para trás.
Você continuará sendo um fariseu, fingindo ser o que não é, se assim desejar , ou então, pegue uma bacia com água, uma toalha e comece a lavar pés, e ame, ame até o fim.